segunda-feira, 26 de julho de 2010

Utilizando a Imaginação
    Esses dias me perguntaram se eu concordava com a frase tão conhecida de Fernando Pessoa: "O poeta é um fingidor." Para qualquer escritor creio que seja imprescindível o uso da imaginação. Criar envolve emoção, sentimentos, sensações, recordações, inspiração e trabalho crítico também, creio que esse é o passo mais difícil, ser avaliador do próprio texto. Mais com o exercício aprende- se. Fingir seria então a palavra certa? sim, porque fazer uso da imaginação é fazer uso do fingimento. Isso é mal? É uma mentira então? O uso da imaginação não é de fato maléfico nesse sentido, já que, acabamos por recriar a realidade podendo , então, atingir o outro de forma verdadeira e reveladora.
      Para a Mestra da Sensibilidade faço sim muito uso da imaginação. As vezes pego- me pensando em como a personagem sente, como reage e eu a compreendo como compreenderia qualquer pessoa real. Uso a imaginação para sentir pela personagem porque assim, (esse é o meio caminho, a minha solução) torna- se mais fácil descrever seus pensamentos e sentimentos. Como você percebe é uma mistura de imaginação, sensibilidade e trabalho de desdobrar a palavra para que esta diga o que realmente quero que ela diga. As vezes não funciona, ela diz outra coisa ou diz mais além. Fazer o que?
      Quando escrevo funciona, também, escutar música. Eu pelo menos gosto muito de produzir meus textos ouvindo uma boa música, tenho a nítida sensação de que uma porta abre- se na minha mente e esta voa mais alto, voa mais longe. Acho que o contato com outras formas de arte suscita criação, opa! recriação. Aprendi isso em uma aula de literatura no ensino médio, escrevemos uma vez ao som de música clássica! Adorei o resultado. Hoje escrevo ouvindo Nenhum de Nós, uma banda gaúcha que gosto muito. A música deles me faz querer partilhar o que há de bom dentro de mim e tudo vira recriação. Cada um tem suas soluções, não é mesmo?


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